Luz Ultravioleta no Cultivo: como obter rendimento máximo nas colheitas com o correto dimensionamento da Iluminação no cultivo indoor

Neste conteúdo apresentaremos para você uma técnica bastante consolidada para aqueles cultivadores que buscam a máxima produção de resina. Essa técnica é a suplementação de Luz UVB.

Antes de começarmos, é fundamental reforçar que, por se tratar de uma técnica de suplementação de luz, o índice mais completo que revela os níveis de excelência de rendimento das plantas ligados aos fatores da iluminação, isso é, disponibilidade de luz VERSUS nível de atividade fotossintética, é o DLI. Em inglês, essa sigla significa: “Integralidade de Luz Diária”.

O DLI é um índice que vem expresso em mols/m²/24hrs (1 dia) aonde “1 Dia” está relacionado ao fotoperíodo de luz e pode ser considerado um conhecimento relativamente recente, sendo baseado em estudos quânticos de mensuração do fluxo de fótons ativos para fotossíntese (são os fótons de fato úteis para a fotossíntese das plantas, majoritariamente contidos no espectro PAR) na luz.

Por mais que seja novo, este estudo tende a guiar os protocolos para diversos tipos de cultivares na agroindústria mundial. Essa informação é de fundamental importância para os cultivadores indoor, porque esse é um índice confiável dos níveis de excelência de rendimento em relação à disponibilidade de Luz. Por isso, recomendamos estudo adicional sobre ele neste conteúdo abaixo:

Cannabis, tomate e morango: comparativo do tanto de luz (DLI) que precisam para se desenvolver com excelência

Para a cannabis, os índices de excelência são bem elevados – entre 30 e 45 mols/m²/dia (DLI). Para se ter uma ideia, os índices de excelência do tomate estão entre 20 e 35 DLI e os níveis do morango estão entre 15 e 25 DLI. Isso significa que a cannabis é uma cultura complexa e que requer muita luz para se desenvolver com excelência; e isso é válido tanto para rendimento de matéria orgânica quanto para rendimento de potência e produção de tricomas e canabinoides.

Para entender melhor, basta dizer que a cannabis foi cultivada no clima frio e nublado da Europa por muitos anos e apresentava mínima potência psicoativa, tanto que os europeus raramente utilizavam a erva como fumo e, sim, a utilizavam mais em preparações culinárias.

Somente depois do advento do cultivo indoor e da complementação de iluminação à vapor que a cannabis se espalhou pela Europa em forma de erva para fumo.

Índice de PPFD para cultivo indoor

O índice de iluminação para horticultura utilizado para mensurar a luz na área do cultivo é o PPFD (expresso em µmol/m²/s) e, no caso do cultivo indoor, esse índice não sofre variação durante o dia, isso é, a disponibilidade de luz no ambiente não se altera durante o fotoperíodo. Desse modo, é possível afirmar que, para a cannabis, são necessários índices entre 800 e 1000 de PPFD para assegurar a excelência dos resultados durante os ciclos de floração, tanto no aspecto de rendimento de peso das colheitas quanto de potência das flores.

Sistema de medição de PPFD da Master Plants
Sistema de medição de PPFD da Master Plants

Esse estudo aponta as condições normais de excelência, porém existem estudos mais avançados e técnicas de cultivo que podem potencializar o estímulo ao metabolismo das plantas e garantir resultados ainda mais extraordinários e de máximo desempenho. É o caso da suplementação de CO2, por exemplo.

Abaixo você vai conhecer um pouco mais sobre outra técnica muito eficiente, utilizada para a máxima produção de resina, que é a suplementação de Luz UVB.

Aumento de resina e canabinoides do tipo Delta 9 THC com aplicação de Luz UVB ultravioleta

suplementação de luz UVB

A suplementação de luz UVB pode ser considerada um “sinônimo” de iluminação para efeito de aumento de produção de tricomas e, por consequência, aumento dos alcaloides e terpenos que estes órgãos produzem.

É notório que flores de cannabis cultivadas em lugares mais ensolarados ganham um aspecto mais vigoroso e colorido, trazendo consigo mais aroma e mais sabor, além de mais potência. Esse incremento se deve à radiação UV.

Espectro Ultravioleta: conheça as três faixas e seus efeitos e aplicações

gráfico luz ultravioleta no cultivo

Existem 3 faixas estudadas do espectro ultravioleta com seus possíveis efeitos e aplicações na horticultura.

Conheça abaixo cada uma delas.

Espectro Ultravioleta na horticultura: a faixa UVA

A faixa UVA do espectro Ultravioleta é uma radiação nociva que causa danos na endoderme das plantas, isso é, nos tecidos internos. É saudável a aplicação em baixíssimos níveis a fim de se obter efeito de estímulo à produção química de antocianina e betacarotenos. A exposição exagerada à essa radiação pode causar doenças nos tecidos internos das plantas.

Espectro Ultravioleta na horticultura: a faixa UVB

A faixa UVB do espectro Ultravioleta é uma radicação nociva que causa danos na epiderme das plantas, isso é, nos tecidos externos. Foi descoberto em estudos que a correta suplementação de luz UVB estimula de forma excepcional a produção de filtros solares naturais, principalmente nas flores, que são os denominados tricomas.

faixa UVB

Espectro Ultravioleta na horticultura: a faixa UVC

A faixa UVC do espectro Ultravioleta é uma radiação extremamente nociva que causa danos e mutação nos tecidos ocasionando doenças celulares graves. Pode ser usada no cultivo indoor para fins de esterilização de um ambiente antes de se iniciar o cultivo devido ao seu alto poder fungicida, porém nenhuma pessoa ou vegetal deve ser exposto a esse tipo de radiação, em momento algum.

Aumento de THC sem perda de rendimento

Como já mencionado, a correta suplementação de luz UVB traz resultados excepcionais e ela é alvo de diversos estudos, mas o uso foi popularizado no estudo científico de 1987, realizado pelos pesquisadores John Lydon, Benjamin Coffin e Alan Teramura, todos do departamento de Botânica da Universidade de Maryland, no Arizona.

Nesse estudo, os pesquisadores puderam comprovar um aumento de até 16,9% nos níveis de presença de cristais Δ9-THC, sem perda de rendimento, utilizando uma técnica muito peculiar e um equipamento da empresa Agromax para comprovar os efeitos. Hoje em dia, a Master Plants disponibiliza para o jardineiro do Brasil o equipamento com a mesma composição química da lâmpada usada no estudo: a luminária tubular UVB T5 24W, com os picos em 320nm.

É interessante notar que este é único equipamento de iluminação da Master Plants que não é da tecnologia LED, uma vez que CHIPs de LED UVB são mais raros e mais caros, o que dificultaria o acesso a esta técnica.

Utilizando banhos de radiação UVB a partir da 4ª semana de floração (para se ter o efeito concentrado nas flores pré-formadas), é possível notar uma diferença expressiva na concentração de tricomas nas folhas e flores assim como na coloração.

A técnica recomendada é aplicar banhos de 15 minutos contínuos com intervalos de duas horas para não exagerar no estímulo e acabar estressando as plantas. Nas 2 últimas semanas de Floração é possível se intensificar o estímulo de luz UVB para ciclos de banhos de radiação de até 30min contínuos e intervalos de 2hrs. É importante dizer que o abuso do estímulo de luz UVB pode trazer danos ao rendimento das colheitas, uma vez que as folhas serão mais prejudicadas, podendo perder grande parte de sua capacidade fotossintética ou mesmo de sua saúde.

Saiba mais sobre o estudo científico citado aqui

Fontes: Apogee Instruments, Fluence Science e Master Plants.

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